domingo, 26 de julho de 2009

O DIA DO PADRE (4/08)

Pe. Paulo Nunes de Araujo


Para nós, cristãos e católicos, o mês de Agosto é o “mês vocacional”. A inspiração para essa ocasião tão especial vem do Concílio Vaticano II que, sem dúvida, foi “um momento de reflexão global da Igreja sobre si mesma e sobre as suas relações com o mundo” (João Paulo II, 1995). Nesse âmbito, era urgente despertar a consciência de todas as comunidades para a sua co-responsabilidade, face aos apelos do mundo e visível crise de vocações de modo geral, mas especialmente as de particular consagração.

A partir daí, várias iniciativas foram tomadas. Mas foi na 19ª Assembléia Geral da CNBB, realizada de 17 a 26/02/1981, em Itaici, Indaiatuba (SP), que os bispos instituíram o mês de agosto como o “Mês Vocacional” para todo o Brasil, uma vez que o assunto discutido nessa Assembléia foi: “Vocações, Vida e Ministério do Presbítero”.

Tomou-se o mês de agosto porque exatamente no dia 4 do referido mês, a Igreja faz memória da morte de “João Maria Vianney, o Santo Patrono de todos os párocos do mundo” (Bento XVI. Carta para a proclamação de um Ano Sacerdotal por ocasião do 150º aniversário do dies natalis do Santo Cura d’Ars, 16/06/2009).

Assim sendo, no transcurso dos domingos do mês de agosto, a Igreja Católica no Brasil, como de costume, celebra alguns aspectos da vocação cristã. No primeiro domingo, dia 2, celebraremos a vocação ao ministério ordenado como presbítero; no segundo domingo, dia 9, a vocação à paternidade, recordando o chamado a gerar vida, a continuar a obra criadora de Deus. Destaca-se aí a linda vocação de ser pai e ser mãe, constituir família, assumir um estado de vida na Igreja; no terceiro domingo, dia 16, vocação à vida religiosa, tanto masculina quanto feminina, motivados pela festa da “Assunção de Nossa Senhora”, modelo de todos aqueles que dizem “sim” ao chamado de Deus.

Como neste ano o mês de agosto consta de cinco domingos, no quarto domingo, dia 23, celebraremos os vários ministérios e serviços pastorais existentes na comunidade; e, por fim, no quinto domingo, dia 30, a vocação a ser catequista, isto é, pessoas que, como na origem da Igreja, a partir da catequese bíblica, buscam responder ao chamado do Senhor dedicando-se ao “ensinamento dos apóstolos” (At 2,42), para que a comunidade cresça na fé e no compromisso.

Face a esse cenário, voltemos ao assunto destacante deste artigo: o “dia do padre”. Em razão dessa data, o papa Bento XVI proclamou um “Ano Sacerdotal”, por ocasião do 150º aniversário da morte de João Maria Vianney, o Santo Cura d’Ars, Patrono de todos os presbíteros do mundo. João Maria Vianney viveu intensamente seu sacerdócio e buscou na oração, na Palavra e na Eucaristia forças para servir a Deus nos irmãos e irmãs que o procuravam. Foi realmente um homem-padre, um padre-homem, um sacerdote, um santo. O tema escolhido para o Ano Sacerdotal é: “Fidelidade de Cristo, fidelidade do sacerdote”.

Segundo a presidência da CNBB, “o Ano Sacerdotal seja espaço para intensificar e promover a santificação dos sacerdotes e ajudá-los a perceberem cada vez mais a importância do seu papel e de sua missão na Igreja e na sociedade contemporânea” (D. Geraldo Lyrio Rocha. Carta da CNBB aos presbíteros do Brasil em comemoração a abertura do Ano Sacerdotal, em: Notícias da CNBB, 18/6/2009).

Esta homenagem aos sacerdotes é bem merecida, pela importância daqueles que Deus escolheu e chamou para serem seus interlocutores entre o seu povo. Mas é preciso que as pessoas entendam melhor o que é o padre, o sacerdote e o presbítero, três expressões atribuídas ao mesmo Ministro Ordenado. O padre (do latim: patre: pai), é aquele que como um pai, aconselha, corrige, dá esperança aos filhos e filhas quando é preciso. O sacerdote (do latim: sacerdos) é aquele que oferece a Deus o sacrifício de louvor, que consagra, que abençoa, que dirige a Deus preces em favor do povo, que comunica a graça através dos sacramentos (Cf. Hb 5,1-3). De fato, esta palavra latina tem duas origens etimológicas: “sacra dos” (aquele que “dá coisas sagradas”) e/ou “sacra dans” (aquele que é ungido com um “dom sagrado”). Nesse ofício de dar coisas sagradas (“sacra dos”), certamente se exige de quem o exerce, a posse de um dom especial (“sacra dans”). Se esse dom não é transmitido por Deus, não há sacerdócio. E o presbítero (do grego: presbíteros: ancião), é como que o irmão mais velho, respeitável, aquele que tem a sabedoria colhida da experiência de vida, aquele que ensina. Por aí vemos que o padre é um ser humano, amado e consagrado para servir.

Com esses dados, certamente fica mais fácil compreender a riqueza de ministérios na comunidade, sabendo sempre que não existe uma única função como a do Ministro Ordenado. Pois a principal função, como nos ensina o apostolo Paulo, é da “caridade” (1Cor 13,13), “o dom mais alto” (1Cor 12,31a). Portanto, ser padre, ser sacerdote e ser presbítero, sem viver na prática esse amor despojado como razão da nossa vocação, por mais qualidades, dons e carismas que tivermos, “isso nada adianta” (1Cor 12,3c). Porque a caridade é “o amor que eu quero” (Os 6,6; Mt 9,13; 12,7), como o próprio Deus nos pede; a caridade é o amor em abundância, “a boa medida, calcada, sacudida, transbordante” (Lc 6,38) e que tudo ultrapassa. E isso deve ser característico de todos nós, vocacionados e vocacionadas, pois “cada um, segundo a sua própria condição, é chamado a desempenhar a missão que Deus destinou a Igreja no mundo” (Cânon 204, § 1).

Recentemente, ao tratar da “Comunhão dos discípulos missionários na Igreja” (Capítulo V, do Documento de Aparecida), especificamente os “discípulos missionários com vocações especificas”, buscando tracejar a “identidade e missão dos presbíteros”, o Magistério eclesial latino-americano e caribenho apontou alguns desafios “que afetam e desafiam a vida e o ministério de nossos presbíteros” (DA, n. 192):

a) A identidade teológica do ministério presbiteral: “O sacerdote não pode cair na tentação de se considerar somente um mero delegado ou só um representante da comunidade, mas sim em ser um dom para ela, pela unção do Espírito e por sua especial união com Cristo. “Todo Sumo Sacerdote é tomado dentre os homens e colocado para intervir a favor dos homens em tudo aquilo que se refere ao serviço de Deus” (Hb 5,1)” (DA, n. 193);

b) O ministério do presbítero inserido na cultura atual: “O presbítero é chamado a conhecê-la para semear nela a semente do Evangelho, ou seja, para que a mensagem de Jesus chegue a ser uma interpelação válida, compreensível, cheia de esperança e relevante para a vida do homem e da mulher de hoje, especialmente para os jovens. Este desafio inclui a necessidade de potencializar adequadamente a formação inicial e permanente dos presbíteros, em suas quatro dimensões: humana, espiritual, intelectual e pastoral” (DA, n. 194);

c) As situações que incidem em sua existência (aspectos vitais e afetivos, o celibato e a vida espiritual): “Para que o ministério do presbítero seja coerente e testemunhal, ele deve amar e realizar sua tarefa pastoral em comunhão com o bispo e com os demais presbíteros da diocese. O ministério sacerdotal que brota da Ordem Sagrada tem uma “radical forma comunitária” e só pode ser desenvolvido como uma “tarefa coletiva”. O sacerdote deve ser homem de oração, maduro em sua opção de vida por Deus, fazer uso dos meios de perseverança, como o Sacramento da confissão, da devoção à Santíssima Virgem, da mortificação e da entrega apaixonada por sua missão pastoral” (DA, n. 195);

d) A existência de paróquias muito grandes, que “dificultam o exercício de uma pastoral adequada” (DA, n. 197);

e) A existência de paróquias muito pobres, “que fazem com que os pastores se dediquem a outras tarefas para poder subsistir” (DA, n. 197);

f) “A existência de paróquias situadas em regiões de extrema violência e insegurança” (DA, n. 197);

g) “A falta e má distribuição de presbíteros nas Igrejas do Continente” (DA, n. 197).

Além disso, concretamente são “inumeráveis situações de sofrimento em que se encontram imersos muitos sacerdotes, ou porque participantes da experiência humana da dor na multiplicidade das suas manifestações, ou porque incompreendidos pelos próprios destinatários do seu ministério: como não recordar tantos sacerdotes ofendidos na sua dignidade, impedidos na sua missão e, às vezes, mesmo perseguidos até ao supremo testemunho do sangue? (Bento XVI. Carta para a proclamação de um Ano Sacerdotal por ocasião do 150º aniversário do dies natalis do Santo Cura d’Ars, 16/06/2009).

São desafios pertinentes que atingem toda a nossa vivência como sacerdotes, porque “falar da dimensão humano-afetiva requer observar a dimensão comunitária, pois o padre vive numa realidade, que mexe com os seus sentimentos. Da mesma forma, falar da dimensão espiritual requer observar que ela tem uma ligação direta com a dimensão pastoral” (D. Sérgio Rocha. Coletiva de imprensa realizada na 47ª edição da Assembléia Geral dos Bispos do Brasil, em: Notícias da CNBB, 22/04/09). De fato, não somos “super-homens”, impassíveis. Temos que assumir positivamente a nossa dimensão pessoal, pois “o presbítero, antes de tudo, é um homem, é um cristão” (Estudo da CNBB, 88, n. 131), “pelo batismo, filho de Deus” (Doc. da CNBB, 75, n. 4; Cf. Mt 3,17; Mc 1,11; Lc 3,22). E por ser um homem, “é preciso ter presente que a Igreja não pretende que só gente perfeita seja considerada digna do ministério” (Estudo da CNBB, 88, n. 132).

Neste aspecto, fundamental é a relação bispo-padre e padre-bispo. Vale aqui a orientação da própria Igreja ao ensinar que o bispo “considere os sacerdotes, seus cooperadores, como filhos e amigos, a exemplo de Cristo que chamou seus discípulos não de servos, mas de amigos” (LG, n. 28; Cf. CD, n. 16; Jo 15,15), isto “por causa desta comunhão no mesmo sacerdócio e ministério” (PO, n. 7). No próprio rito do Sacramento da Ordem, “o ósculo da paz do Bispo no fim da liturgia da ordenação significa que o Bispo os considera como seus colaboradores, filhos, irmãos e amigos” (Catecismo, n. 1567), e em toda e qualquer ocasião, inclusive nos conflitos (Cf. Estudo da CNBB, 88, n. 133; DA, n. 200). Assim, o papa Bento XVI exorta que os sacerdotes “devem receber de modo preferencial a atenção e o cuidado paterno dos seus Bispos, pois são os primeiros agentes de uma autêntica renovação da vida cristã no povo de Deus. A eles quero dirigir uma palavra de afeto paterno” (DA: Discurso Inaugural, n. 5b). Assim sendo, “é preciso que esta comunhão entre os sacerdotes e com o respectivo Bispo, baseada no sacramento da Ordem e manifestada na concelebração eucarística, se traduza nas diversas formas concretas de uma fraternidade sacerdotal efetiva e afetiva” (Bento XVI. Carta para a proclamação de um Ano Sacerdotal por ocasião do 150º aniversário do dies natalis do Santo Cura d’Ars, 16/06/2009)

Face a este assunto, destaco aqui o lindo testemunho de um bispo bastante conhecido e reconhecido: “se o Papa João Paulo II já pediu 94 perdões em seu pontificado, não tenho nenhuma dificuldade em pedir perdão e perdoar nossos padres. Eles não precisam tanto dos nossos elogios, mas da nossa compreensão e colaboração” (D. Orlando Brandes. Carta aos padres, em: Notícias da CNBB, 6/8/2008). E não poderia deixar de mencionar a humilde postura de São Francisco de Assis: “Quero temer, honrar e amar os sacerdotes como meus senhores, pois neles está o Filho de Deus. Não levo em consideração os seus pecados porque reconheço neles o Filho de Deus e eles são os meus senhores”.

Por conseqüência disso, noto aqui o sentido e a razão desta veemente aspiração episcopal em relação aos padres: “gostaríamos de vê-los misericordiosos, bondosos, atenciosos, compassivos, generosos, acolhedores e homens de oração” (Doc. da CNBB, 75, n. 11; Cf. DA, n. 198; Lc 6,36; Cl 4,2), aspirando “àquela santidade sempre maior, que os fará instrumentos de dia em dia mais aptos para o serviço de todo o Povo de Deus” (PO, n. 12).

Orienta ainda o Magistério eclesial que os padres “trabalhem juntos na mesma obra, a edificação do Corpo de Cristo, estejam unidos entre si com o vínculo da fraternidade e da oração, e fomentem a mútua cooperação” (Cânon 275, § 1); que “busquem a santidade por uma razão peculiar, pois, consagrados a Deus através da Ordem, são administradores dos mistérios do senhor a serviço do seu povo” (Cânon 276, § 1).

Por outro lado, tenho a certeza de que todos nós os padres estamos concordes que “o Povo de Deus sente a necessidade de presbíteros-discípulos: que tenham uma profunda experiência de Deus, configurados com o coração do Bom Pastor, dóceis às orientações do Espírito, que se nutram da Palavra de Deus, da Eucaristia e da oração; de presbíteros-missionários, movidos pela caridade pastoral: que os leve a cuidar do rebanho a eles confiados e a procurar aos mais distanciados pregando a Palavra de Deus, sempre em profunda comunhão com seu Bispo, os presbíteros, diáconos, religiosos, religiosas e leigos; de presbíteros-servis da vida: que estejam atentos às necessidades dos mais pobres, comprometidos na defesa dos direitos dos mais fracos e promotores da cultura da solidariedade. Também de presbíteros cheios de misericórdia, disponíveis para administrar o sacramento da reconciliação” (DA, n. 199. Os realces gráficos são meus).

Face a essa realidade de desafios e de apelos, o que sobejamente nos conforta como padres é a força que vem de Jesus. O evangelista Lucas diz que ele “foi para a montanha a fim de rezar. E passou toda a noite em oração a Deus. Ao amanhecer chamou seus discípulos e escolheu doze dentre eles” (Lc 6,12-13). E ao despedir-se deste mundo, Jesus também rezou pelos seus escolhidos: “Pai, não te peço para tirá-los do mundo, mas para guardá-los do Maligno. Consagra-os com a verdade: a verdade é a tua palavra. Assim como tu me enviaste ao mundo, eu também os enviei ao mundo. Em favor deles eu me consagro, a fim de que eles também sejam consagrados com a verdade” (Jo 17,16.17-19). Esta oração de Jesus a nosso favor, é a garantia de que a nossa missão, apesar dos percalços na caminhada, será positiva. Não estamos sozinhos. Além da Trindade Divina e da Virgem Maria, contamos com o apoio dos irmãos no mesmo ministério, com diz a letra da música: “essa estrada eu bem sei, não comporta a solidão; tenho amigos que comigo também vão. Nosso jeito de falar, de amar e de servir, é o jeito de Jesus que faz feliz” (Jorge Trevisol. Como posso não seguir?).

Assim sendo, neste “Dia do padre”, convido a todos os meus colegas e irmãos de caminhada, que mantenhamos sempre viva em nosso coração a admoestação do apóstolo aos presbíteros: “cuidem do rebanho de Deus que lhes foi confiado, não por imposição, mas por livre e espontânea vontade, como Deus o quer; não por causa do lucro sujo, mas com generosidade; não como donos daqueles que lhes foram confiados, mas como modelos para o rebanho” (Pd 5,2-3).

Para concluir, peço que Deus nos abençoe e que a Virgem Maria, a quem confio nossas preocupações, expectativas e esperanças, nos acompanhe com a sua ternura e nos mostre sempre que o amor de Jesus Cristo e a Jesus Cristo é e precisa ser o fundamento de nossa vida e missão. E que São João Maria Vianney, o Santo Patrono de todos os sacerdotes do mundo, interceda por nós, ao longo deste Ano Sacerdotal, a fim de que “suscite no ânimo de cada presbítero um generoso relançamento daqueles ideais de total doação a Cristo e à Igreja” que o inspiraram, tornando-nos cada vez mais homens de Deus e homens do povo.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

NOSSA SENHORA DO CARMO

Pe. Paulo Nunes de Araujo



Hoje, em todo o mundo, celebra-se a festa devocional de Nossa Senhora do Carmo, que é também a Padroeira da nossa Paróquia e desta Cidade de Miranda. Segundo a tradição carmelita, foi a 16 de julho de 1251, que Nossa Senhora, numa visão, entregou o escapulário do Carmelo a São Simão Stock com esta promessa: “Recebe, filho amado, este escapulário. Todo o que com ele morrer, não padecerá a perdição no fogo eterno. Ele é sinal de salvação, defesa nos perigos, aliança de paz e pacto perpétuo”. O título “do Carmo” recorda a ação do profeta Elias, que no monte Carmelo, em Israel, desmascarou os falsos deuses no tempo do rei Acab (Cf. 1Rs 18). Assim, em 1332, nasceu a “Festa de Nossa Senhora do Carmo”, celebrada a 16 de julho de cada ano. Em 1726, o papa Bento XIII fixou-a para toda a Igreja Católica.

Em nosso país, esta devoção acontece desde 1580, quando os frades carmelitas, vindos de Portugal, estabeleceram-se na cidade de Olinda, em Pernambuco, e fundaram o primeiro convento da Ordem Carmelita nas Américas.

Aqui em nossa cidade de Miranda, esta devoção ocorre desde 1797, quando foi erigida uma Capela em honra a Nossa Senhora do Carmo, por seu fiel devoto, o Capitão Francisco Rodrigues do Prado, irmão do Capitão João Leme do Prado, que no dia 16 de julho de 1778, havia lançado os alicerces do presídio Nossa Senhora do Carmo do Rio Mondego, com o objetivo principal de se precaver contra possíveis investidas dos castelhanos de Assunção. Mas foi a partir daquela data (1797), que a Virgem Maria passou a ser venerada como Padroeira do Povoado, que a 30 de maio 1857, viria a se tornar o “Município de Miranda”, pela Lei Provincial n. 1.

Para nós cristãos-católicos, do ponto de vista da sã Teologia e da autêntica espiritualidade mariana, é lamentável que a Virgem Maria, a Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo e mãe da Igreja, seja lembrada nesta data aqui em Miranda, como patrocinadora da inimizade entre seus filhos, nossos irmãos, os “castelhanos de Assunção”. Porque não é esta a ótica do Evangelho e também ensinam nossos bispos que “como mãe de tantos, Maria fortalece os vínculos fraternos entre todos, estimula a reconciliação e o perdão e ajuda os discípulos de Jesus Cristo a experimentarem como uma família, a família de Deus” (Documento de Aparecida, n. 267).

Assim sendo, de 1779 para cá, há exatamente duzentos e doze anos ininterruptamente, se realiza aqui em Miranda a Novena de Nossa Senhora do Carmo, que é celebrada nas casas, nas comunidades e nos setores, acompanhada da tradicional Festa. Neste ano, a Novena teve como tema: “Com Maria, somos Igreja em missão” e como lema: “Sem Maria, a nossa festa não tem graça”. Foi maravilhoso ver as famílias se reunindo para refletir, rezar e estabelecer uma gostosa convivência. Enfim, a cidade inteira se envolveu neste evento de devoção e fé.

Isso demonstra concretamente que “a devoção a Maria é um elemento ‘qualificador’ e ‘intrínseco’ da ‘genuína piedade da Igreja’ e do ‘culto cristão’. Sabe o povo que encontra Maria na Igreja Católica. A piedade Mariana é com freqüência o vínculo resistente que mantém fiéis à Igreja setores que carecem de atenção pastoral adequada. O povo fiel reconhece na Igreja a família que tem por mãe a Mãe de Deus” (Documento de Puebla, nn. 283-285).

Assim é desde a origem do cristianismo, quando Maria, “perseverando junto aos apóstolos à espera do Espírito (cf. At 1,13-14), cooperou com o nascimento da Igreja missionária, imprimindo-lhe um selo mariano que a identifica profundamente. Como mãe de tantos, fortalece os vínculos fraternos entre todos, estimula a reconciliação e o perdão e ajuda os discípulos de Jesus Cristo a experimentarem como uma família, a família de Deus” (DA, n. 267).

Maria é mãe de todos nós. Hoje, iluminados pela Palavra que ouvimos, o profeta Zacarias nos ensina que todos os povos, indistintamente, fazem parte do único povo de Deus, pois Ele “habita” em seu meio. Para nós, cristãos e católicos, além da presença de Deus-Pai, “a Igreja-família é gerada ao redor de uma mãe, que confere “alma” e ternura à convivência familiar. Maria atrai multidões à comunhão com Jesus e sua Igreja. Por isso, como a Virgem Maria, a Igreja é mãe” (DA, n. 268).

No Magnificat, o cântico de Maria, Lucas nos apresenta um Deus que vem, através de Jesus, para libertar os sofredores e estabelecer uma sociedade nova, onde as relações sejam fraternas. Desse modo, “com Maria, providencialmente unida à plenitude dos tempos (Cf. Gl 4,4) chega o cumprimento da esperança dos pobres e do desejo de salvação” (DA, n. 267).

E no Evangelho segundo Mateus, Jesus nos ensina que faz parte da sua verdadeira “família” não quem fica “de fora”, alienado, descomprometido, mas quem está “ao seu redor”, comprometido com ele pela fé, continuando a sua missão e realizando a vontade de Deus. Neste sentido, no que se refere à missão da Igreja, “Maria é a grande missionária, continuadora da missão de seu Filho e formadora de missionários” (DA, n. 269). Hoje, “quando em nosso continente latino-americano e caribenho se quer enfatizar o discipulado e a missão, é ela quem brilha diante de nossos olhos como imagem acabada e fidelíssima do seguimento de Cristo” (DA, n. 270). Maria de Nazaré, que “‘conservava todas estas recordações e meditava em seu coração’ (Lc 2,19; Cf. Lc 2,51), ensina-nos o primado da escuta da Palavra na vida do discípulo e missionário” (DA, n. 271). Por aí vemos que Maria é presença constante na vida e na missão da Igreja. Portanto, “Não se pode falar da Igreja sem que esteja presente Maria” (Exortação Apostólica Marialis Cultus, n. 28).

Nesta festa de hoje, reunidos “com Maria, a mãe de Jesus” (At 1,14), queremos pedir a Deus, por sua intercessão, que nos mantenha sempre alimentados de três pães essenciais:

a) O Pão da Palavra: alimento da vida comunitária e da missão. Pois é da escuta da Palavra que brota a conversão e a vida missionária; é da escuta da Palavra que surge a força para se viver em comunhão. Desejo que nossa Igreja se nutra cada dia com o Pão da Palavra, somente desta atitude de colocar-se á escuta da Palavra pode surgir um testemunho profético que esteja em sintonia com o profetismo de Jesus. Que nossa pastoral seja animada pela Palavra, “animação bíblica da pastoral” (DA, n. 248). É da fonte da Palavra que deve brotar nossa ação em favor do Reino. Portanto, atendamos o mandato de Jesus: “dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16);

b) O Pão da Eucaristia: fonte de comunhão e vida solidária. Conforme ensina o Magistério, “existe estreito vínculo entre as três dimensões da vocação cristã: crer, celebrar e viver o mistério de Jesus Cristo, de tal forma que a existência cristã adquira verdadeiramente forma eucarística” (DA, n. 251). É na liturgia que ao celebrarmos o mistério Pascal, encontramos o Senhor e penetramos mais intimamente nos mistérios do Reino. Por isso, “a Eucaristia é fonte e ápice da vida cristã” (LG, n. 11). Desse modo, pela celebração Eucarística já nos unimos à liturgia do céu e antecipamos a vida eterna, quando “Deus será tudo em todos” (1Cor 15,28);

c) O Pão da Amizade: para testemunhar o amor. Não pode existir vida cristã fora da comunidade. “Como os primeiros cristãos que se reuniam em comunidade, o discípulo participa na vida da Igreja e no encontro com os irmãos, vivendo o amor de Cristo na vida fraterna solidária” (DA, n. 278d). É na comunidade que vivenciamos o amor ao Mestre Jesus e o amor aos condiscípulos. É na comunidade que vivemos, na pessoa dos irmãos, a amizade com Jesus que disse: “Já não vos chamo servos mas amigos” (Jo 15,15). Portanto, é necessário revitalizar a comunidade diante do desafio da fragmentação da vida e o individualismo de um lado e a busca de relações mais humanas de outro lado: “A vida fraterna em comunidade gera e alimenta atitudes de apoio mútuo, reconciliação, solidariedade e compromisso” (DGAE/2008-2010, n. 150). E aqui, mais uma vez Maria é para nós “escola da comunhão” (DA, n. 272).

Concluindo, podemos afirmar que o povo cristão é fortemente devoto de Nossa Senhora. Não há quem não reze ao menos uma “Ave-Maria”. Porque em Maria mulher, mãe de Jesus e mãe da Igreja se descobre já realizado o ideal que alimenta há muitos séculos, ideal da liberdade dos filhos e filhas de Deus. Pois Maria nos ensina, na prática, que Deus quer fazer conosco tudo o que ele já fez antecipadamente nela e com ela. O povo soube descobrir quem Maria realmente é a partir do que nos ensina a Bíblia e a caminhada da Igreja. Dizia São Gregório de Nazianzo (séc. IV), um dos chamados “Padres da Igreja”: “Se alguém não reconhecer a Santa Maria como Mãe de Deus, é que se acha separado de Deus”.

E hoje, parabenizando esta linda cidade de Miranda, pelos seus 231 anos de existência, peço a Virgem Maria, sob o título de Nossa Senhora do Carmo, que proteja e abençoe todos os mirandenses, tanto os da cidade, quanto os da região rural e das áreas indígenas. Que pela nossa devoção à Maria e fé em Jesus, nos irmanemos numa luta comum a favor na nossa cidade, a fim de que seja cada vez mais unida e empenhada na busca do bem-estar para todos. Nessa luta, certamente Maria é não só a companheira de nossa caminhada, mas também a porta-voz de nossos desejos e esperanças.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

"NOVENA DE Nª Sª DO CARMO" (9º DIA)

Pe. Paulo Nunes de Araujo


Nono encontro:
Maria: uma mulher da justiça e da paz



Ambientação: (Como no primeiro encontro)


1. Acolhida: (Iniciar com um canto)

Animador(a): Irmãos e irmãs, boa noite! Sejam bem vindos a este nono encontro da nossa novena em honra a Nossa Senhora do Carmo, a Padroeira da nossa Paróquia. Estamos novamente em família, em comunidade, unidos em oração, “com Maria, a Mãe de Jesus” (At 1,14), “uma mulher da justiça e da paz”. Queremos seguir o seu exemplo de amor e dedicação aos nossos irmãos. Iniciemos este encontro em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amém!


2. Oração inicial: (Exatamente como no primeiro encontro)


3. Motivações pessoais: (Neste momento, cada um apresente as suas intenções pessoais. Pode ser em silêncio, mas é muito bom quando alguma intenção é colocada em voz alta, pois fortalece o espírito de oração em comum).


4. Vendo a realidade (O animador/a procure estimular para que uma só pessoa fale sobre o assunto de hoje: “Maria: uma mulher da justiça e da paz”. Procurar falar sobre a situação do nosso planeta hoje: aquecimento global, desmatamento, escassez de água, violência banalizada, corrupção. Diante disso, a difícil missão de construir a “cultura da paz”. Citar algum exemplo do cotidiano).


5. A Palavra de Deus na vida (Cantar um canto de aclamação e ler direto da Bíblia: Jo 16,25-33)


6. Breve comentário

Leitor(a) 1: Jesus é sincero e aberto conosco, não engana os seus seguidores. Ele deixa claro que tanto o tempo presente, quanto o futuro é momento de testemunho verdadeiro e corajoso em meio aos desafios e perseguições.

Leitor(a) 2: Mas também é tempo de confiança e paz, como resultado da luta pela justiça. Os cristãos devem ficar tranqüilos, pois podem contar sempre com o amor do Pai. E, desde já, podem contar com a vitória segura, porque Jesus já venceu todos os adversários.

Leitor(a) 3: Para quem crê em Jesus, a ordem social injusta que condena o justo inocente, está condenada ao fracasso para sempre. E para quem crê em Jesus, deixa-se conduzir por sua força: “tenham coragem; eu venci o mundo”.


7. Palavra do Magistério eclesial

Leitor(a) 1: Os bispos da América Latina e Caribe nos ensinam que assim “como na família humana, a Igreja-família é gerada ao redor de uma mãe, que confere “alma” e ternura à convivência familiar. Maria, Mãe da Igreja, além de modelo e paradigma da humanidade, é artífice de comunhão. Um dos eventos fundamentais da Igreja é quando o “sim” brotou de Maria. Ela atrai multidões à comunhão com Jesus e sua Igreja, como experimentamos muitas vezes nos santuários marianos. Por isso, como a Virgem Maria, a Igreja é mãe. Esta visão mariana da Igreja é o melhor remédio para uma Igreja meramente funcional ou burocrática” (Documento de Aparecida, n. 268).


8. Para refletir: (Deixar espaço para partilhar; evitar que alguém domine a palavra)

Animador(a): a) Será que temos tomado iniciativas na luta pela justiça e pela paz? b) Damos apoio às organizações ou movimentos populares, conforme orienta a Doutrina Social da Igreja? c) Procuramos atender aos irmãos mais vulneráveis da vida como os idosos e os doentes?


9. Rezando com a Palavra de Deus (Sl 85/84,9-14)

Leitor(a) 1: “Vou escutar o que diz Javé: ‘Deus anuncia a paz ao seu povo e seus fiéis, e aos que se convertem de coração’. A salvação está próxima dos que o temem, e a glória habitará em nossa terra”.

Leitor(a) 2: “Amor e Fidelidade se encontram, Justiça e Paz se abraçam. A Fidelidade brotará da terra, e a Justiça se inclinará do céu”.

Leitor(a) 3: “Javé nos dará a chuva, e nossa terra dará o seu fruto. A Justiça caminhará à frente dele, a salvação seguirá os seus passos”.

Leitor(a) 1: Glória ao Pai, e ao Filho, e ao Espírito Santo
Todos: Como era no princípio, agora e sempre. Amém!


10. Preces da comunidade

Animador(a): De coração sincero e cheio de fé, elevemos a Deus nossos pedidos, dizendo:
Todos: Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós!

· Para que, a exemplo da Virgem Maria, sejamos uma igreja corajosa e comprometida com a justiça e a paz, rezemos:

· Para que tenhamos um coração misericordioso, capaz de perceber os novos rostos dos pobres ao nosso redor, rezemos:

· Para que em torno de Maria, aquela que confere “alma” e ternura à convivência familiar, a nossa Paróquia cresça sempre na comunhão fraterna, rezemos:

· Para que as palavras de Jesus: “Felizes os que promovem a paz”, façam de nós verdadeiros bem-aventurados do Reino, rezemos:

· Para que possamos, pela fé em Jesus e no seu Reino, e pela nossa devoção à Vigem Maria, Nossa Senhora do Carmo, construir a tão sonhada “cultura da paz”, rezemos:

(Deixar momento para outros pedidos)

Animador(a): Vamos agora concluir as nossas preces a Deus, com esta breve invocação: “Oh! Maria, Rainha e Mãe do Carmelo, que velais pela Santa Igreja com maternal amor, abençoai o papa Bento, o nosso Bispo Jorge, os sacerdotes, os religiosos e todo o povo cristão. Abençoai a cada um de nós que desejamos vossa proteção agora e na hora de nossa morte. (Ave-Maria..., Glória ao Pai..., Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós).


11. Oração final e bênção: (Exatamente como no primeiro encontro)


(Encerrar com um canto apropriado)


Obs.: E assim, encerramos hoje esses nove dias de oração, de reflexão e de boa convivência. Espero ter dado a minha pequena contribuição no que se refere à devoção mariana, à fé em Jesus, ao amor à Igreja e ao compromisso pastoral. De qualquer modo, continuemos rezando uns pelos outros. Combinado? Se gostou deste meu blog, continue acessando-o e divulgue-o. Muito obrigado.

terça-feira, 14 de julho de 2009

"NOVENA DE Nª Sª DO CARMO" (8º DIA)

Pe. Paulo Nunes de Araujo


Oitavo encontro:
Maria: uma mulher eclesial


Ambientação: (Como no primeiro encontro)


1. Acolhida: (Iniciar com um canto apropriado)

Animador(a): Irmãos e irmãs, boa noite! Sejam bem vindos a este oitavo encontro da nossa novena em honra a Nossa Senhora do Carmo, a Padroeira da nossa Paróquia. Estamos novamente em família, em comunidade, unidos em oração, “com Maria, a Mãe de Jesus” (At 1,14), “uma mulher eclesial”. Queremos seguir o seu exemplo de compromisso comunitário, sendo igreja verdadeira. Iniciemos este encontro em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo.


2. Oração inicial: (Exatamente como no primeiro encontro)


3. Motivações pessoais: (Neste momento, cada um apresente as suas intenções pessoais. Pode ser em silêncio, mas é muito bom quando alguma intenção é colocada em voz alta, pois fortalece o espírito de oração em comum).


4. Vendo a realidade (O animador/a procure estimular para que uma só pessoa fale sobre o assunto de hoje: “Maria: uma mulher eclesial”. Procurar dizer se entre nós há uma sincera e leal vinculação aos nossos legítimos pastores, uma fiel adesão aos objetivos da Igreja, uma total abertura às outras comunidades e à grande Comunidade da Igreja Universal/Católica, evitando toda tentação de sectarização, de isolamento. Citar algum exemplo do cotidiano).


5. A Palavra de Deus na vida (Cantar um canto de aclamação e ler direto da Bíblia: Mt 21,28-32


6. Breve comentário

Leitor(a) 1: A prática de Jesus causou espanto e escândalo. Muitos optaram por Jesus e seu Reino e outros rejeitaram. Na época, os chefes do povo, usando a “lei do puro e do impuro”, excluía os pobres dos meios de salvação. Jesus, além de se opor a este sistema ultrapassado e excludente, trouxe como grande novidade a oferta de salvação para todos, sem exclusão.

Leitor(a) 2: Com isso, os pobres que eram condenados por antecipação, recebem agora de Jesus as repercussões diretas da chegada do Reino que “já chegou” (Mt 12,28) e “está entre” eles (Lc 17,21). Enfim, são os pobres e pecadores os destinatários imediatos da Boa Nova trazida por Jesus. E isso de modo muito concreto, pois os doentes são curados, os oprimidos são libertos das suas escravidões, os cegos recuperam a visão, os surdos passam a ouvir, os mudos desandam a anunciar, os coxos readquirem mobilidade, etc..

Leitor(a) 3: Assim, nesta “parábola dos dois filhos”, Jesus mostra que “o primeiro” filho é figura dos pecadores do meio do povo que se convertem à justiça anunciada por João Batista e por Jesus, tanto assim que ele “foi trabalhar na vinha”. E “o segundo” filho, é figura dos chefes do povo (sacerdotes e anciãos), que se consideram justos, bons e não precisam de conversão. Por isso, “não foi” trabalhar na vinha. Daí a sentença de Jesus: “os cobradores de impostos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus”.


7. Palavra do Magistério eclesial

Leitor(a) 1: Os bispos da América Latina e Caribe nos ensinam que “com Maria, providencialmente unida à plenitude dos tempos (Cf. Gl 4,4) chega o cumprimento da esperança dos pobres e do desejo de salvação. A Virgem de Nazaré teve uma missão única na história da salvação, concebendo, educando e acompanhando seu filho até seu sacrifício definitivo. Desde a cruz Jesus Cristo confiou a seus discípulos, representados por João, o dom da maternidade de Maria, que nasce diretamente da hora pascal de Cristo: “E desse momento em diante, o discípulo a recebeu em sua casa” (Jo 19,27). Perseverando junto aos apóstolos à espera do Espírito (Cf. At 1,13-14), ela cooperou com o nascimento da Igreja missionária, imprimindo-lhe um selo mariano que a identifica profundamente. Como mãe de tantos, fortalece os vínculos fraternos entre todos, estimula a reconciliação e o perdão e ajuda os discípulos de Jesus Cristo a experimentarem como uma família, a família de Deus. Em Maria, encontramo-nos com Cristo, com o Pai e com o Espírito Santo, assim como com os irmãos” (Documento de Aparecida, n. 267).


8. Para refletir: (Deixar espaço para partilhar; evitar que alguém domine a palavra)

Animador(a): a) Uma das prioridades da Igreja no Brasil e da nossa Diocese é a setorização. Qual a realidade atual dos setores e o fazer para melhorá-los? b) Em que a estrutura da nossa Paróquia já mudou, e o que pode ser melhorado? c) Será que a nossa Paróquia é realmente uma riqueza de dons, ministérios e serviços? Todos se sentem verdadeiramente Igreja?


9. Rezando com a Palavra de Deus (Rm 12,3-8)

Leitor(a) 2: “Em nome da graça que me foi concedida, eu digo a cada um de vocês: não tenham de si mesmos conceito maior do que convém, mas um conceito justo, de acordo com a fé, na medida que Deus concedeu a cada um”.

Leitor(a) 3: “Num só corpo há muitos membros, e esses membros não têm a mesma função. O mesmo acontece conosco; embora sendo muitos, formamos um só corpo em Cristo, e, cada um por sua vez, é membro dos outros. Mas temos dons diferentes conforme a graça concedida a cada um de nós”.

Leitor(a) 1: “Quem tem o dom da profecia, deve exercê-lo de acordo cm a fé; se tem o dom do serviço, que o exerça servindo; se tem o dom do ensino, que ensine; se é de aconselhar, aconselhe; se é de distribuir donativos, faça-o com simplicidade; se é de presidir a comunidade, faça-o com zelo; se é de exercer misericórdia, faça-o com alegria”.

Leitor(a) 2: Glória ao Pai, e ao Filho, e ao Espírito Santo
Todos: Como era no princípio, agora e sempre. Amém!


10. Preces da comunidade

Animador(a): De coração sincero e cheio de fé, elevemos a Deus nossos pedidos, dizendo:
Todos: Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós!

· Para que, a exemplo de Maria, uma mulher eclesial, sejamos uma igreja viva, atuante, realmente missionária, rezemos:

· Para que saibamos despertar e valorizar os dons que Deus concede a cada um para que sejam colocados à serviço da comunidade, rezemos:

· Para que o amor fraterno entre nós seja a força contra toda a tentação de sectarismos, de formação de grupinhos isolados, rezemos:

· Para que a Virgem Maria, sempre proteja o Pe. Altair nessa sua missão tão importante e desafiadora de fazer desta Paróquia uma Igreja “sacramento” da Trindade Divina, rezemos:

· Para que a nossa Igreja paroquial seja de fato uma comunidade de caridade, de amor fraterno, de fé e de participação ativa no Reino de Jesus, rezemos:

(Deixar momento para outros pedidos)

Animador(a): Vamos agora concluir as nossas preces a Deus, com esta breve invocação: “Oh! Maria, Virgem Mãe Imaculada, Rainha do Carmelo, que sempre concedestes as maiores graças aos Carmelitas, enviai-nos muitas vocações sacerdotais, religiosas e para o Carmelo deste mundo, para que o vosso Nome seja sempre mais glorificado, para a glória de vosso Filho Jesus Cristo” (Ave-Maria..., Glória ao Pai..., Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós).


11. Oração final e bênção: (Exatamente como no primeiro encontro)


(Encerrar com um canto apropriado)



Obs.: Não se esqueça que amanhã será o nono dia da Novena!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

"NOVENA DE Nª Sª DO CARMO" (4º AO 7º DIA)


Pe. Paulo Nunes de Arujo


Caros amigos, peço desculpas pela não-postagem do 4º, 5º e 6º encontros anteriores, devido problemas na internet local. Assim sendo, estou postando-os, inclusivamente o 7º encontro que, seguindo aquela dinâmica, é para ser realizado hoje, dia 13. Grato pela sua compreensão.



Quarto encontro:
Maria: uma mulher de fé


Ambientação: (Como no primeiro encontro)


1. Acolhida: (Iniciar com um canto apropriado)

Animador(a): Irmãos e irmãs, boa noite! Sejam bem vindos a este quarto encontro da nossa novena em honra a Nossa Senhora do Carmo, a Padroeira da nossa Paróquia. Estamos novamente em família, em comunidade, unidos em oração, “com Maria, a Mãe de Jesus” (At 1,14), “uma mulher de fé”. Queremos seguir o seu exemplo de firmeza, coragem e determinação e de adesão à vontade de Deus. Iniciemos este encontro em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo.


2. Oração inicial: (Exatamente como no primeiro encontro)


3. Motivações pessoais: (Neste momento, cada um apresente as suas intenções pessoais. Pode ser em silêncio, mas é muito bom quando alguma intenção é colocada em voz alta, pois fortalece o espírito de oração em comum).


4. Vendo a realidade (O animador/a procure estimular para que uma só pessoa fale sobre o assunto de hoje: “Maria: uma mulher de fé”. Procurar dizer se as pessoas hoje vivem uma fé-compromisso ou ainda buscam uma fé intimista, emocionalista. Citar algum exemplo do cotidiano).


5. A Palavra de Deus na vida (Cantar um canto de aclamação e ler direto da Bíblia: Lc 1,43-45)


6. Breve comentário

Leitor(a) 1: Este trecho nos mostra que Maria é saudada com alegria por Isabel: “Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venha me visitar?” (Lc 1,43). O verbo “visitar” tem aqui um sentido teológico para significar que Deus intervém de modo decisivo para salvar (Cf. Ex 3,16; 4,31; 32,34; Sf 2,7), ou para recompensar (Cf. Ex 20,5; 1Sm 2,21; Is 13,11).

Leitor(a) 2: A alegria de Isabel ao receber Maria, recorda a surpresa de Davi ao acolher a Arca da Aliança: “Como virá a Arca de Javé para ficar na minha casa?” (2Sm 6,9). Por essa razão, a comunidade vê em Maria a Arca da Nova Aliança, pois em seu ventre será concebido o Salvador.

Leitor(a) 3: Por fim, texto deixa claro que Maria é uma mulher de fé, como testemunhou Isabel: “Bem-aventurada aquela que acreditou, porque vai acontecer o que o Senhor lhe prometeu”.

7. Palavra do Magistério eclesial

Leitor(a) 1: Os bispos da América Latina e Caribe nos ensinam que “hoje, quando em nosso continente latino-americano e caribenho se quer enfatizar o discipulado e a missão, é Maria quem brilha diante de nossos olhos como imagem acabada e fidelíssima do seguimento de Cristo. Esta é a hora da seguidora mais radical de Cristo, de seu magistério discipular e missionário conforme nos envia o Papa Bento XVI: Maria Santíssima, a Virgem pura e sem mancha é para nós escola de fé destinada a nos conduzir e a nos fortalecer no caminho que conduz ao encontro com o Criador do céu e da terra. O Papa veio a Aparecida com viva alegria para nos dizer em primeiro lugar: Permaneçam na escola de Maria. Inspirem-se em seus ensinamentos. Procurem acolher e guardar dentro do coração as luzes que ela, por mandato divino, envia a vocês a partir do alto” (Documento de Aparecida, n. 270).


8. Para refletir: (Deixar espaço para partilhar; evitar que alguém domine a palavra)


Animador(a): a) O que falta entre nós para seguirmos Jesus com mais radicalidade? b) Será que pela fé que temos, também podemos ser considerados bem-aventurados do Reino? c) O que estamos fazendo para manter viva, dinâmica e atuante a nossa fé?


9. Rezando com a Palavra de Deus (Mt 14,28-31)

Leitor(a) 2: “‘Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água’. Jesus respondeu: ‘Venha’. Pedro desceu da barca e começou a andar sobre a água em direção a Jesus”.

Leitor(a) 3: “Mas ficou com medo quando sentiu o vento e, começando a afundar, gritou: ‘Senhor, salva-me’. Jesus logo estendeu a mão, segurou Pedro, e lhe disse: ‘Homem fraco na fé, por que duvidou?’”.

Leitor(a) 1: “Então eles subiram na barca. E vento parou. Os que estavam na barca se ajoelharam diante de Jesus, dizendo: ‘De fato, tu és o Filho de Deus’”.

Leitor(a) 2: Glória ao Pai, e ao Filho, e ao Espírito Santo
Todos: Como era no princípio, agora e sempre. Amém!


10. Preces da comunidade

Animador(a): De coração sincero e cheio de fé, elevemos a Deus nossos pedidos, dizendo:
Todos: Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós!

· Para que, a exemplo e Maria, sejamos homens e mulheres de fé, rezemos:

· Para que a nossa fé nos lance cada vez mais para o compromisso missionário, rezemos:

· Para que nada abale a nossa fidelidade no seguimento de Jesus, rezemos:

· Para que pela nossa fé e a exemplo de Maria, tenhamos a mesma disposição para visitar as famílias e encorajar o nosso povo, rezemos:

· Para que não tenhamos medo de arriscar, pois precisamos ser ousados, corajosos e determinados na nossa missão, rezemos:

(Deixar momento para outros pedidos)

Animador(a): Vamos agora concluir as nossas preces a Deus, com esta breve invocação: “Oh! Maria, Virgem Imaculada, Rainha do Carmelo, lembrai-vos que vossos filhos Carmelitas do monte Carmelo após o Pentecostes abraçaram o Evangelho e o anunciaram por toda parte, ensinando também a todos a Vos conhecerem e amarem; e no monte Carmelo Vos consagraram o primeiro templo do mundo em vossa honra. Dai-nos muitos missionários, que por toda parte vos façam conhecer, para que o Reino de Jesus cresça cada vez mais” (Ave-Maria..., Glória ao Pai..., Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós).


11. Oração final e bênção: (Exatamente como no primeiro encontro)


(Encerrar com um canto apropriado)





Quinto encontro:
Maria: uma mulher serviçal e solidária


Ambientação: (Como no primeiro encontro)


1. Acolhida: (Iniciar com um canto apropriado)

Animador(a): Irmãos e irmãs, boa noite! Sejam bem vindos a este quinto encontro da nossa novena em honra a Nossa Senhora do Carmo, a Padroeira da nossa Paróquia. Estamos novamente em família, em comunidade, unidos em oração, “com Maria, a Mãe de Jesus” (At 1,14), “uma mulher serviçal e solidária”. Queremos seguir o seu exemplo de amor serviçal e solidário a favor dos nossos irmãos. Iniciemos este encontro em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo.


2. Oração inicial: (Exatamente como no primeiro encontro)


3. Motivações pessoais: (Neste momento, cada um apresente as suas intenções pessoais. Pode ser em silêncio, mas é muito bom quando alguma intenção é colocada em voz alta, pois fortalece o espírito de oração em comum).


4. Vendo a realidade (O animador/a procure estimular para que uma só pessoa fale sobre o assunto de hoje: “Maria: uma mulher serviçal e solidária”. Procurar dizer se as pessoas hoje em dia são solidárias, dispostas a servir, ou o egoísmo e a preguiça são mais fortes. Citar algum exemplo do cotidiano).


5. A Palavra de Deus na vida (Cantar um canto de aclamação e ler direto da Bíblia: Lc 1,38-42)


6. Breve comentário

Leitor(a) 1: O material mariano de Lucas é mais abundante que o de qualquer outro autor do Novo Testamento. Além das referências adicionais a Maria, ao longo do relato do ministério de Jesus, grande espaço é ocupado pelo tratamento que Lucas reserva a ela na narrativa da infância de Jesus (Cf. Lc 1,5—2). Aí a figura de Maria se destaca.

Leitor(a) 2: O anúncio da concepção é feito pelo anjo à Maria: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” (Lc 1,28). Aqui salienta-se o aspecto da vocação de Maria, cuja resposta se dá num contexto de amor-serviço: “Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!” (Lc 1,38).

Leitor(a) 3: Como a resposta de Maria está dentro de uma proclamação pós-pascal básica da fé cristã, então ela está sendo apresentada como a primeira que ouviu e acolheu o evangelho.


7. Palavra do Magistério eclesial

Leitor(a) 1: Os bispos da América Latina e Caribe nos ensinam que a Virgem Maria, “com os olhos postos em seus filhos e em suas necessidades, como em Caná da Galiléia, ela ajuda a manter vivas as atitudes de atenção, de serviço, de entrega e de gratuidade que devem distinguir os discípulos de seu Filho. Indica, além do mais, qual é a pedagogia para que os pobres, em cada comunidade cristã, “sintam-se como em sua casa”. Cria comunhão e educa para um estilo de vida compartilhada e solidária, em fraternidade, em atenção e acolhida do outro, especialmente se é pobre ou necessitado. Em nossas comunidades, sua forte presença tem enriquecido e seguirá enriquecendo a dimensão materna da Igreja e sua atitude acolhedora, que a converte em “casa e escola da comunhão” e em espaço espiritual que prepara para a missão” (Documento de Aparecida, n. 272).


8. Para refletir: (Deixar espaço para partilhar; evitar que alguém domine a palavra)

Animador(a): a) O que o Estado, o município, e nós cristãos e católicos precisamos fazer para educar o povo para a solidariedade? b) Qual a nossa reação diante das estatísticas recentes que apontam quarenta e dois milhões de brasileiros (23%) vivendo abaixo da linha da pobreza? c) Será que a nossa paróquia é realmente uma “casa e escola de comunhão”?


9. Rezando com a Palavra de Deus (Lc 3,10-14)

Leitor(a) 2: “As multidões perguntavam a João: ‘O que devemos fazer?’ Ele respondia: ‘Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem. E quem tiver comida, faça a mesma coisa’”

Leitor(a) 3: “Alguns cobradores de impostos também foram para serem batizados, e perguntaram: ‘Mestre, o que devemos fazer?’ João respondeu: ‘Não cobrem nada, além da taxa estabelecida’”.

Leitor(a) 1: “Alguns soldados também perguntaram: ‘E nós, o que devemos fazer?’ Ele respondeu: ‘Não maltratem ninguém; não façam acusações falsas, e fiquem contentes com o soldo de vocês’”.

Leitor(a) 2: Glória ao Pai, e ao Filho, e ao Espírito Santo
Todos: Como era no princípio, agora e sempre. Amém!


10. Preces da comunidade

Animador(a): De coração sincero e cheio de fé, elevemos a Deus nossos pedidos, dizendo:
Todos: Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós!

· Para que, a exemplo e Maria, sejamos sempre disponíveis para o serviço solidário, rezemos:

· Antigamente se dizia: “o pobre é injustiçado e ainda precisa se desculpar” (Eclo 13,4). Para que lutemos sempre a favor da vida e da dignidade de todos os que sofrem, rezemos:

· Para que, a exemplo de Maria, a vocacionada do Pai, possamos responder firmemente como ela: “Eu sou a serva/o do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!”, rezemos:

· Jesus disse que “os pobres são evangelizados” (Mt 11,5; Cf. Lc 4,18) por ele. Que cada um de nós seja verdadeiro/a missionário/a no seguimento de Jesus, rezemos:

· Para que este encontro de hoje nos ajude a sermos mais humanos e mais divinos, a exemplo da Virgem Maria, rezemos:

(Deixar momento para outros pedidos)

Animador(a): Vamos agora concluir as nossas preces a Deus, com esta breve invocação: “Oh! Maria, Rainha e Mãe dos Carmelitas, que lhes destes como penhor da salvação o santo Escapulário, nós vos agradecemos e Vos suplicamos a graça de vivermos na fidelidade à Lei de Deus para que em nossa morte possamos contar com a vossa presença e irmos ao céu contemplar-Vos eternamente” (Ave-Maria..., Glória ao Pai..., Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós).


11. Oração final e bênção: (Exatamente como no primeiro encontro)


(Encerrar com um canto)





Sexto encontro:
Maria: uma mulher eucarística


Ambientação: (Como no primeiro encontro)


1. Acolhida: (Iniciar com um canto apropriado)

Animador(a): Irmãos e irmãs, boa noite! Sejam bem vindos a este sexto encontro da nossa novena em honra a Nossa Senhora do Carmo, a Padroeira da nossa Paróquia. Estamos novamente em família, em comunidade, unidos em oração, “com Maria, a Mãe de Jesus” (At 1,14), “uma mulher eucarística”. Queremos seguir o seu exemplo de amor à Eucaristia como alimento e força da nossa missão. Iniciemos este encontro em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo.


2. Oração inicial: (Exatamente como no primeiro encontro)


3. Motivações pessoais: (Neste momento, cada um apresente as suas intenções pessoais. Pode ser em silêncio, mas é muito bom quando alguma intenção é colocada em voz alta, pois fortalece o espírito de oração em comum).


4. Vendo a realidade (O animador/a procure estimular para que uma só pessoa fale sobre o assunto de hoje: “Maria: uma mulher eucarística”. Procurar dizer se as pessoas hoje em dia realmente participam com freqüência da Eucaristia, ou são lavadas por outros interesses. Citar algum exemplo do cotidiano).


5. A Palavra de Deus na vida (Cantar um canto de aclamação e ler direto da Bíblia: Mc 14,22-26)


6. Breve comentário

Leitor(a) 1: A ceia pascal de Jesus com os discípulos recorda a partilha dos pães (Cf. Mc 8,1-9). A ceia pascal de Jesus substitui a cerimônia do Templo, e torna-se o centro da vida da comunidade de fé, formada por todos os que seguem Jesus.

Leitor(a) 2: Os gestos e as palavras de Jesus durante essa refeição, além de afirmar a sua presença sacramental, verdadeira, no pão e no vinho, manifestam também o sentido profundo de sua morte e ressurreição. Ou seja, Jesus viveu e morreu como dom gratuito, como entrega total de si mesmo aos outros, opondo-se a uma sociedade em que muitas pessoas são egoístas, vivem para si mesmas e para seus próprios interesses.

Leitor(a) 3: Agora, na ausência física de Jesus, os discípulos são convidados a fazer o mesmo que Jesus fez: partilhar o pão da vida e o sangue da aliança nova: “tomai e comei”, “tomai e bebei”. E assim como Jesus se ofertou a nós, também nós devemos viver para os outros.


7. Palavra do Magistério eclesial

Leitor(a) 1: Conforme o papa João Paulo II nos ensinou, “se quisermos redescobrir em toda a sua riqueza a relação íntima entre a Igreja e a Eucaristia, não podemos esquecer Maria, Mãe e modelo da Igreja. Com efeito, Maria pode guiar-nos para o Santíssimo Sacramento porque tem uma profunda ligação com ele. A narração da instituição, na noite de Quinta-feira Santa, não fala de Maria. Mas sabe-se que Ela estava presente no meio dos Apóstolos, na primeira comunidade que se reuniu depois da Ascensão à espera do Pentecostes (Cf. At 1,14). E não podia certamente deixar de estar presente, nas celebrações eucarísticas, no meio dos fiéis da primeira geração cristã, que eram assíduos à ‘fração do pão’ (At 2,42). Para além da sua participação no banquete eucarístico, pode-se delinear a relação de Maria com a Eucaristia indiretamente a partir da sua atitude interior. Maria é mulher ‘eucarística’ na totalidade da sua vida. De certo modo, Maria praticou a sua fé eucarística ainda antes de ser instituída a Eucaristia, quando ofereceu o seu ventre virginal para a encarnação do Verbo de Deus” (Carta Encíclica Ecclesia de Eucharistia, sobre a Eucaristia na sua relação com a Igreja, n.53.55).


8. Para refletir: (Deixar espaço para partilhar; evitar que alguém domine a palavra)


Animador(a): a) O que a Eucaristia par nós cristãos e católicos? b) Será que para nós, a Eucaristia é realmente a “fonte” e o “cume” da vida e da Missão da Igreja? c) Como e o que fazer para que mais pessoas valorizem e participem do Sacramento da Eucaristia nas comunidades?


9. Rezando com a Palavra de Deus (Cl 3,15-17)

Leitor(a) 2: “Que a paz de Cristo reine no coração de vocês. Para essa paz vocês foram chamados, como membros de um mesmo corpo. Sejam também agradecidos”.

Leitor(a) 3: “Que a Palavra de Cristo permaneça em vocês com toda a sua riqueza, de modo que possam instruir-se e aconselhar-se mutuamente com toda a sabedoria. Inspirados, cantem a Deus, de todo o coração, salmos, hinos e cantos espirituais”.

Leitor(a) 1: “E tudo o que vocês fizerem por meio de Palavras ou ações, o façam em nome do Senhor Jesus, dando graças a Deus por meio dele”.

Leitor(a) 2: Glória ao Pai, e ao Filho, e ao Espírito Santo
Todos: Como era no princípio, agora e sempre. Amém!


10. Preces da comunidade

Animador(a): De coração sincero e cheio de fé, elevemos a Deus nossos pedidos, dizendo:
Todos: Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós!

· Para que, a exemplo de Maria, uma mulher ‘eucarística’ na totalidade da sua vida, sejam cada vez mais uma oferta e doação para os outros, rezemos:

· Para que a Pastoral Litúrgica em nossa Paróquia seja cada vez mais forte, para ajudar a manter a vida litúrgica e eucarística em nossas comunidades, rezemos:

· Para que a Eucaristia, como “princípio e projeto de missão” nos leve a sermos de fato uma “Igreja, toda ela, ministerial e missionária”, rezemos:

· Para que Maria nos inspire a viver uma “cultura eucarística”, de modo que vivamos um “obrigado” constante, seja em casa ou no trabalho, rezemos:

· “A Eucaristia edifica a Igreja e a Igreja faz a Eucaristia”. Para que toda a nossa Paróquia seja uma comunidade de irmãos, Sacramento da Trindade Divina em nosso meio, rezemos:

(Deixar momento para outros pedidos)

Animador(a): Vamos agora concluir as nossas preces a Deus, com esta breve invocação: “Oh! Maria, Virgem Mãe Imaculada, Rainha do Carmelo, que tendes concedido as mais extraordinárias graças através de vosso santo Escapulário, ajudai-me a trazê-lo dignamente, conservando a pureza de coração e de costumes, afastando tudo o que possa magoar o vosso olhar puríssimo” (Ave-Maria..., Glória ao Pai..., Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós).


11. Oração final e bênção: (Exatamente como no primeiro encontro)


(Encerrar com um canto apropriado)





Sétimo encontro:
Maria: uma mulher missionária



Ambientação: (Como no primeiro encontro)


1. Acolhida: (Iniciar com um canto apropriado)

Animador(a): Irmãos e irmãs, boa noite! Sejam bem vindos a este sétimo encontro da nossa novena em honra a Nossa Senhora do Carmo, a Padroeira da nossa Paróquia. Estamos novamente em família, em comunidade, unidos em oração, “com Maria, a Mãe de Jesus” (At 1,14), “uma mulher missionária”. Queremos seguir o seu exemplo de fiel seguidora da missão de Jesus. Iniciemos este encontro em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo.


2. Oração inicial: (Exatamente como no primeiro encontro)


3. Motivações pessoais: (Neste momento, cada um apresente as suas intenções pessoais. Pode ser em silêncio, mas é muito bom quando alguma intenção é colocada em voz alta, pois fortalece o espírito de oração em comum).


4. Vendo a realidade (O animador/a procure estimular para que uma só pessoa fale sobre o assunto de hoje: “Maria: uma mulher missionária”. Procurar dizer se realmente as pessoas se sentem comprometidas como Igreja em missão, ou não. Citar algum exemplo do cotidiano).


5. A Palavra de Deus na vida (Cantar um canto de aclamação e ler direto da Bíblia: Lc 10,1-13)


6. Breve comentário

Leitor(a) 1: Os discípulos são escolhidos e enviados com todo o preparo por Jesus para que eles sejam seus colaboradores na missão de anunciarem a Boa Notícia do “Reino de Deus”. Esta missão se realiza através do anúncio e das ações concretas que demonstram visivelmente que o Reino já está acontecendo.

Leitor(a) 2: Além disso, essa missão se amplia sempre num clima de despojamento, de gratuidade, de pobreza e de confiança na providência do Pai que dá força e proteção contra os perigos da caminhada. E mais ainda, esta missão comunica a paz, o shalom, a plenitude do bem-estar e da felicidade, reanimando a vida e a dignidade das pessoas.

Leitor(a) 3: Por isso, os missionários são portadores da liberdade e da libertação; rejeitá-los é abandonar a salvação de Deus e atrair para si o julgamento.


7. Palavra do Magistério eclesial

Leitor(a) 1: Os bispos da América Latina e Caribe nos ensinam que “Maria é a grande missionária, continuadora da missão de seu Filho e formadora de missionários. Ela, da mesma forma como deu à luz ao Salvador do mundo, trouxe o Evangelho a nossa América. No acontecimento em Guadalupe, presidiu junto com o humilde João Diego, o Pentecostes que nos abriu aos dons do Espírito. A partir desse momento são incontáveis as comunidades que encontraram nela a inspiração mais próxima para aprender como serem discípulos e missionários de Jesus. Com alegria constatamos que ela tem feito parte do caminhar de cada um de nossos povos, entrando profundamente no tecido de sua história e acolhendo as ações mais nobres e significativas de sua gente. Os diversos nomes e os santuários espalhados por todo o Continente testemunham a presença de Maria próxima às pessoas e, ao mesmo tempo, manifestam a fé e a confiança que os devotos sentem por ela. Ela pertence a eles e eles a sentem como mãe e irmã” (Documento de Aparecida, n. 269).


8. Para refletir: (Deixar espaço para partilhar; evitar que alguém domine a palavra)

Animador(a): a) Como está se dando a participação das lideranças desta comunidade e de toda a Paróquia? b) Os membros da comunidade participam de fato das decisões tomadas? E as mulheres? Participam só da execução dos serviços ou também das decisões? c) O que precisamos fazer o melhorar para que cada fiel católico se sinta verdadeiro missionário de Jesus na Igreja?


9. Rezando com a Palavra de Deus (Jo 20,1.16-18)

Leitor(a) 2: “No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus bem de madrugada, quando ainda estava escuro”.

Leitor(a) 3: “Então Jesus disse: ‘Maria’. Ela virou-se e exclamou em hebraico: ‘Rabuni!’ (que quer dizer: ‘Mestre’). Jesus disse: ‘Não me segure, porque ainda não voltei para o Pai. Mas vá dizer aos meus irmãos: ‘Subo para junto do meu Pai, que é Pai de vocês, do meu Deus, que é o Deus de vocês’’.

Leitor(a) 1: “Então Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos: ‘Eu vi o Senhor’. E contou o que Jesus tinha dito”

Leitor(a) 2: Glória ao Pai, e ao Filho, e ao Espírito Santo
Todos: Como era no princípio, agora e sempre. Amém!


10. Preces da comunidade

Animador(a): De coração sincero e cheio de fé, elevemos a Deus nossos pedidos, dizendo:
Todos: Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós!

· Para que, a exemplo de Maria, uma mulher missionária, sejamos bons e perseverantes missionários e missionárias de Jesus em nossa Paróquia, rezemos:

· Para que esta Novena seja uma ocasião maravilhosa para aprofundarmos a nossa espiritualidade mariana, levando-nos a caminhar com Maria a “Estrela da Evangelização”, rezemos:

· Para que nem o medo e nem o desânimo nos impeçam de levar adiante a mensagem do Evangelho de Jesus e construindo o seu Reino, rezemos:

· Para que a Virgem Maria, nossa “mãe formadora de comunidades de discípulos missionários”, encoraje a Pastoral da Juventude para que assuma o jeito jovem da Igreja ser, rezemos:

· Para que Maria “a grande missionária e continuadora da missão de seu Filho” desperte sempre mais vocações sacerdotais, religiosas e leigas para colaborarmos na messe do Senhor, rezemos:

(Deixar momento para outros pedidos)

Animador(a): Vamos agora concluir as nossas preces a Deus, com esta breve invocação: “Oh! Maria, Rainha e Mãe do Carmelo, que fizestes grandes milagres através do santo Escapulário, cobri o mundo com o esplendor de Vosso Imaculado Coração para que seja enfraquecido o reino do mal e do pecado, e todos os povos se aproximem de Vós para imitar vossa pureza e caridade” (Ave-Maria..., Glória ao Pai..., Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós).


11. Oração final e bênção: (Exatamente como no primeiro encontro)


(Encerrar com um canto apropriado)

Obs.: Não se esqueça que amanhã será o oitavo dia da Novena!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

'NOVENA DE Nª Sª DO CARMO" (3º DIA)

Pe. Paulo Nunes de Araujo



Terceiro encontro:
Maria: uma mulher de oração



Ambientação: (Como no primeiro encontro)


1. Acolhida: (Iniciar com um canto apropriado)

Animador(a): Irmãos e irmãs, boa noite! Sejam bem vindos a este terceiro encontro da nossa novena em honra a Nossa Senhora do Carmo, a Padroeira da nossa Paróquia. Estamos novamente em família, em comunidade, unidos “com Maria, a Mãe de Jesus” (At 1,14), “uma mulher de oração”. Queremos seguir o seu exemplo de oração e de intimidade pessoal com Deus. Iniciemos este encontro em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo.


2. Oração inicial: (Exatamente como no primeiro encontro)


3. Motivações pessoais: (Neste momento, cada um apresente as suas intenções pessoais. Pode ser em silêncio, mas é muito bom quando alguma intenção é colocada em voz alta, pois fortalece o espírito de oração em comum).


4. Vendo a realidade (O animador/a procure estimular para que uma só pessoa fale sobre o assunto de hoje: “Maria: uma mulher de oração”. Procurar dizer se as pessoas hoje em dia vêem o valor da oração, se buscam esse contato pessoal com Deus. Citar algum exemplo do cotidiano).


5. A Palavra de Deus na vida (Cantar um canto de aclamação e ler direto da Bíblia: At 1,12-14)


6. Breve comentário

Leitor(a) 1: Lucas coloca todos os discípulos de Jesus novamente em Jerusalém, onde Jesus agiu, foi condenado, morto e de onde ressuscitou e onde se dará a doação do Espírito Santo, em Pentecostes. O “monte das oliveiras” é o lugar onde se deu a paixão de Jesus, e a “sala de cima” recorda o episódio da última ceia de Jesus.

Leitor(a) 2: A comunidade cristã nasce da experiência de Jesus que deu a sua própria vida, confirmando até o fim o seu testemunho. A presença da “Mãe de Jesus” indica o caráter maternal da igreja que deve estar sempre em gestação da vida, onde todos têm os mesmos objetivos e buscam junto o sentido da missão através da oração em comum.

Leitor(a) 3: Por aí vemos que Maria é uma mulher de oração. No próprio “Magnificat” (Lc 1,46-55), há trechos de vários salmos, sinal de que ela rezava em casa e com o povo; e até dia de Pentecostes, “os apóstolos” ... “eram assíduos na oração, junto com algumas mulheres, entre as quais Maria” (At 1,14). Assim, com a força da sua oração o Espírito Santo funda a Igreja.


7. Palavra do Magistério eclesial

Leitor(a) 1: Os bispos da América Latina e Caribe nos dizem que Maria, que “‘conservava todas estas recordações e meditava em seu coração’ (Lc 2,19; Cf. 2,51), ensina-nos o primado da escuta da Palavra na vida do discípulo e missionário. O Magnificat ‘está inteiramente tecido pelos fios da Sagrada Escritura, os fios tomados da palavra de Deus. Assim, se revela que nela a Palavra de Deus se encontra de verdade em sua casa, de onde sai e entra com naturalidade. Ela fala e pensa com a Palavra de Deus; a Palavra de Deus se faz a sua palavra e sua palavra nasce da Palavra de Deus. Além disso, assim se revela que seus pensamentos estão em sintonia com os pensamentos de Deus, que seu querer é um querer junto com Deus. Estando intimamente penetrada pela Palavra de Deus, Ela pode chegar a ser mãe da Palavra encarnada’. Esta familiaridade com o mistério de Jesus é facilitada pela reza do Rosário, onde: “o povo cristão aprende de Maria a contemplar a beleza do rosto de Cristo e a experimentar a profundidade de seu amor. Mediante o Rosário, o cristão obtém abundantes graças, como recebendo-as das próprias mãos da mãe do Redentor” (Documento de Aparecida, n. 271).


8. Para refletir: (Deixar espaço para partilhar; evitar que alguém domine a palavra)

Animador(a): a) Como estamos vivendo ou não a vida de oração? b) Será que sabemos rezar a vida e viver o que rezamos? c) O que mais dificulta hoje em dia a prática da oração, tanto em nível pessoal, quanto na família e na comunidade?


9. Rezando com a Palavra de Deus (Cl 4,2-6)

Leitor(a) 2: “Sejam constantes na oração; que ela os mantenha vigilantes dando graças a Deus. Ao mesmo tempo, peçam por nós, para que Deus nos abra uma porta para a pregação, a fim de anunciarmos o mistério de Cristo, por quem estou preso”.

Leitor(a) 3: “Peçam para que eu anuncie esse mistério com linguagem conveniente. Usem de sabedoria com os que não são cristãos, aproveitando bem as ocasiões”.

Leitor(a) 1: “Que a conversa de vocês seja sempre agradável, temperada com sal, sabendo responder a cada um como convém”.

Leitor(a) 2: Glória ao Pai, e ao Filho, e ao Espírito Santo
Todos: Como era no princípio, agora e sempre. Amém!


10. Preces da comunidade

Animador(a): De coração sincero e cheio de fé, elevemos a Deus nossos pedidos, dizendo:
Todos: Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós!

· Para que, a exemplo e Maria, sejamos homens e mulheres de oração, rezemos:

· Para que a nossa vida de oração fortaleça a nossa ação missionária, rezemos:

· Para que o espírito de oração nos leve a uma exemplar vida comunitária, rezemos:

· Para que aprendamos de Maria o primado da escuta da Palavra na nossa vida de discípulos missionários, rezemos:

· Para que pela prática da oração, muitas portas se abram e nos apontem para o caminho da liberdade e da vida, rezemos:

(Deixar momento para outros pedidos)

Animador(a): Vamos agora concluir as nossas preces a Deus, com esta breve invocação: “Oh! Maria Imaculada, Virgem Santíssima do Carmo, que visitastes vossos filhos Carmelitas no monte Carmelo, consolando-os, dando-lhes inúmeras graças de Deus, visitai também as nossas mentes e corações, ajudando-nos a fugir do pecado e a praticar com amor as obras de misericórdia” (Ave-Maria..., Glória ao Pai..., Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós).


11. Oração final e bênção: (Exatamente como no primeiro encontro)


(Encerrar com um canto apropriado)

Obs.: Não se esqueça que amanhã será o quarto dia da Novena!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

"NOVENA DE Nª Sª DO CARMO" (2º DIA)

Pe. Paulo Nunes de Araujo
Segundo Encontro:
Maria: uma mulher do povo

Ambientação: (Como no primeiro encontro)


1. Acolhida: (Iniciar com um canto apropriado)

Animador(a): Irmãos e irmãs, boa noite! Sejam bem vindos a este segundo encontro da nossa novena em honra a Nossa Senhora do Carmo, a Padroeira da nossa Paróquia. Estamos novamente em família, em comunidade, unidos em oração, “com Maria, a Mãe de Jesus” (At 1,14), “uma mulher do povo”. Queremos seguir o seu exemplo de amor e dedicação aos nossos irmãos. Iniciemos este encontro em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo.


2. Oração inicial: (Exatamente como no primeiro encontro)


3. Motivações pessoais: (Neste momento, cada um apresente as suas intenções pessoais. Pode ser em silêncio, mas é muito bom quando alguma intenção é colocada em voz alta, pois fortalece o espírito de oração em comum).


4. Vendo a realidade (O animador/a procure estimular para que uma só pessoa fale sobre o assunto de hoje: “Maria: uma mulher do povo”. Procurar dizer se as pessoas hoje em dia se dedicam a ajudar o próximo ou se há ainda muito egoísmo. Citar algum exemplo do cotidiano).


5. A Palavra de Deus na vida (Cantar um canto de aclamação e ler direto da Bíblia: Lc 1,46-56)


6. Breve comentário

Leitor(a) 1: O cântico de Maria é o cântico dos pobres que reconhecem a vinda de Deus para libertá-los através de Jesus. Cumprindo a promessa, Deus toma a defesa dos sofredores, e realiza uma transformação total na história, destruindo a sociedade que cria abismos sociais escandalosos. Os poderosos e gananciosos são tirados do seu domínio e esvaziados do seu acúmulo. Por outro lado, os oprimidos são libertados e agora conduzirão a nova história da vida e da salvação.

Leitor(a) 2: Nessa nova história, Maria é figura de todos os oprimidos e excluídos da época. Portanto, ela era do povo por sua própria condição de vida, pois sentia na carne a sua pobreza e “humilhação” daquela gente e por opção própria, pois foi sempre solidária com os outros, tanto que logo após o anúncio do anjo, ela foi para a casa de Isabel, onde “ficou três meses”, ajudando-a durante a sua gravidez.


7. Palavra do Magistério eclesial

Leitor(a) 1: Os bispos da América Latina e Caribe nos ensinam que “em nossos povos, o Evangelho tem sido anunciado, apresentando a Virgem Maria como sua realização mais alta. Como em Guadalupe, os outros santuários marianos do Continente são sinais do encontro da fé da Igreja com a história latino-americana. A devoção a Maria é um elemento ‘qualificador’ e ‘intrínseco’ da ‘genuína piedade da Igreja’ e do ‘culto cristão’. Sabe o povo que encontra Maria na Igreja Católica. A piedade Mariana é com freqüência o vínculo resistente que mantém fiéis à Igreja setores que carecem de atenção pastoral adequada. O povo fiel reconhece na Igreja a família que tem por mãe a Mãe de Deus. Na Igreja confirma o seu instinto evangélico segundo o qual Maria é o modelo perfeito do cristão, a imagem ideal da Igreja” (Documento de Puebla, nn. 282-285).


8. Para refletir: (Deixar espaço para partilhar; evitar que alguém domine a palavra)

Animador(a): a) Que lições podemos aprender do cântico de Maria, o Magnificat? b) Será que a exemplo de Maria, somos ágeis e criativos para ajudar quem mais precisa? c) Nossa comunidade é realmente solidária, sabe acudir os que mais sofrem: idosos, doentes, desempregados, etc.?


9. Rezando com a Palavra de Deus (Rm l2,9-13.18)

Leitor(a) 2: “Que o amor de vocês seja sem hipocrisia: detestem o mal e apeguem-se ao bem”.

Leitor(a) 3: “No amor fraterno, sejam carinhosos uns com os outros, esforçando na mútua estima”.

Leitor(a) 1: “Quanto ao zelo, não sejam preguiçosos; sejam fervorosos de espírito, servindo ao Senhor”.

Leitor(a) 2: “Sejam alegres na esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na tribulação”.

Leitor(a) 3: “Sejam solidários com os cristãos em suas necessidades e se aperfeiçoem na prática da hospitalidade”.

Leitor(a) 1: “No que depende de vocês, vivam em paz com todos”

Leitor(a) 2: Glória ao Pai, e ao Filho, e ao Espírito Santo
Todos: Como era no princípio, agora e sempre. Amém!


10. Preces da comunidade

Animador(a): De coração sincero e cheio de fé, elevemos a Deus nossos pedidos, dizendo:
Todos: Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós!

· Para que a Igreja seja cada vez mais solidária com os que mais sofrem, rezemos:

· Para que, a exemplo de Maria, procuremos “dirigir-nos às pressas” a favor dos nossos irmãos, rezemos:

· Para o nosso amor solidário transmita aos nossos irmãos desamparados que Deus também os ama e os quer, rezemos:

· Para que sigamos o exemplo Maria, modelo perfeito do cristão e imagem ideal da Igreja, rezemos:

· Para que nos esforcemos por uma comunidade mais firme e forte na qualidade e na quantidade, rezemos:

(Deixar momento para outros pedidos)


Animador(a): Vamos agora concluir as nossas preces a Deus, com esta breve invocação: “Rainha e Mãe do Carmelo, Virgem Mãe Imaculada, que durante séculos fostes honrada em vossa maternidade divina no monte Carmelo pelo profeta Elias e tantos outros profetas, fazei reinar em nossas famílias essa mesma devoção e que se torne cada vez mais presente em nossos lares o vosso divino Filho Jesus, que nos guarde para a vida eterna” (Ave-Maria..., Glória ao Pai..., Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós).


11. Oração final e bênção: (Exatamente como no primeiro encontro)


(Encerrar com um canto apropriado)


Obs.: Não se esqueça que amanhã será o terceiro dia da Novena!

terça-feira, 7 de julho de 2009

"NOVENA DE Nª Sª DO CARMO" (1º DIA)

Pe. Paulo Nunes de Araujo


Caros amigos leitores! Hoje, no mundo inteiro, terá início a Novena de Nossa Senhora do Carmo, cuja festa será no próximo dia 16. Aqui no Brasil, esta devoção acontece desde 1580, quando os frades carmelitas, vindos de Portugal, se estabeleceram na cidade de Olinda, Capital do Estado de Pernambuco, fundando aí o primeiro convento da Ordem nas Américas.

Aqui na cidade pantaneira de Miranda, no Mato Grosso do Sul, linda por suas belezas naturais, verdadeiro paraíso ecológico, esta devoção acontece desde 1797, quando foi erigida uma Capela em honra a Nossa Senhora do Carmo, por seu fiel devoto, o Capitão Francisco Rodrigues do Prado. Com isso, a Virgem Maria passou a ser venerada como Padroeira do Povoado, que viria a se tornar “Município de Miranda”, a 30/05/1857.

De lá para cá, anualmente acontece a Novena da Padroeira, que é celebrada nas casas, nas comunidades e nos setores, acompanhada da tradicional quermesse (barracas, ao ar livre, com leilão de prendas, brincadeiras, comes e bebes, tudo com fim beneficente, social e religioso). Toda a cidade se volta para este evento religioso.

Neste ano, a Novena de Nossa Senhora do Carmo, Padroeira de nossa cidade de Miranda, tem como tema: “Com Maria, somos Igreja em missão” e como lema: “Sem Maria, a nossa festa não tem graça”. Todo esse material eu o preparei com muito carinho, devoção e fé, buscando dar a minha singela colaboração.

A seguir, apresento o assunto do primeiro encontro. Para cada dia, consecutivamente, eu vou postar o assunto do dia. Espero e desejo que você o aproveite bem. Durante nove dias, vamos nos encontrar por aqui, neste blog. Combinado? Inclusive, sinta-se livre para reproduzir o assunto de cada dia, a fim de usá-lo e divulgá-lo. E mais ainda! Se puder, mande-me um e-mail comentando este trabalho. Certamente me ajudará muito.

E reze por mim, pois eu estarei rezando por você. Boa Novena!
Primeiro encontro:
Maria: uma mulher de Deus



Ambientação: (Preparar sempre antes e com criatividade, um espaço acolhedor e afável, a fim de que o encontro seja proveitoso. Ajeitar numa mesa: uma vela, uma Bíblia, flores e uma Imagem ou Quadro de Nª Sª do Carmo. Definir também, o animador/a e os leitores/as e os cantos).


1. Acolhida: (Iniciar com um canto apropriado)

Animador(a): Irmãos e irmãs, boa noite! Sejam bem vindos a este primeiro encontro da nossa novena em honra a Nossa Senhora do Carmo, a Padroeira da nossa Paróquia. Serão nove dias de oração em família, em comunidade, “com Maria, a Mãe de Jesus” (At 1,14), “uma mulher de Deus”. Para reavivar o nosso amor à Virgem do Carmelo, recordemos a origem desta devoção. No século XII, um grupo de homens dispostos a seguir Jesus Cristo, reuniu-se no Monte Carmelo, em Israel, um lugar considerado sagrado (Cf. Is 33,9; 35,2; Mq 7,14) e célebre pelas ações do profeta Elias (Cf. 1Rs 18). Nascia ali a “Ordem dos Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo”, os Carmelitas. A 16/07/1251, enquanto rezava em seu Convento em Cambridge, Inglaterra, São Simão Stock, superior geral da Ordem, pediu a Nª Sª, um sinal de sua proteção, que fosse visível a seus inimigos. Conta-se que a Virgem Maria deu-lhe um escapulário (em latim scapulas: ombros) com esta promessa: “Recebe, filho amado, este escapulário. Todo o que com ele morrer, não padecerá a perdição no fogo eterno. Ele é sinal de salvação, defesa nos perigos, aliança de paz e pacto perpétuo”. Assim, em 1332, nasceu a festa de Nª Sª do Carmo, celebrada a 16 de julho de cada ano. Em 1726, o papa Bento XIII (1649-1730) fixou-a para toda a Igreja Católica. Iniciemos este encontro em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo.


2. Oração inicial:

Todos: Ó bendita e imaculada Virgem Maria, honra e esplendor do Carmelo! Vós que olhais com especial bondade para quem traz o vosso bendito escapulário, olhai para nós com bondade e cobri-nos com o manto da vossa maternal proteção. Fortificai nossa fraqueza com o vosso poder, iluminai as trevas do nosso espírito com a vossa sabedoria, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade. Ornai a nossa alma com as graças e as virtudes que a torne agradável ao vosso divino Filho. Auxiliai-nos durante a vida, consolai-nos na hora da morte com a vossa amável presença e apresentai-nos à Santíssima Trindade como vossos filhos e filhas dedicados; e lá do céu, queremos louvar-vos e bendizer-vos por toda a eternidade. Amém!


3. Motivações pessoais: (Neste momento, cada um apresente as suas intenções pessoais. Pode ser em silêncio, mas é muito bom quando alguma intenção é colocada em voz alta, pois fortalece o espírito de oração em comum).


4. Vendo a realidade (O animador/a procure estimular para que uma só pessoa fale sobre o assunto de hoje: “Maria: uma mulher de Deus”. Procurar dizer se as pessoas hoje em dia realmente buscam a Deus como o valor Absoluto, ou outros interesses. Citar algum exemplo do cotidiano).


5. A Palavra de Deus na vida (Cantar um canto de aclamação e ler direto da Bíblia: Lc 1,26-37)


6. Breve comentário

Leitor(a) 1: Lucas apresenta Maria como a maior representante da comunidade dos sofredores que buscam e esperam pela libertação. Dela nasce Jesus, o Messias (Cristo), o Filho de Deus. O fato de Maria conceber sem ainda estar morando com José mostra que o nascimento do Salvador é obra da intervenção amorosa de Deus. Aquele que vai iniciar uma nova história surge dentro da história humana de maneira totalmente nova.

Leitor(a) 2: Assim, podemos dizer que Maria é de Deus porque “ouviu” o seu anúncio, “acreditou” em sua promessa e “praticou” a sua Palavra (Cf. Lc 1,38); porque nos mostrou um Deus “misericordioso” que cumpre a sua “promessa”; por ser “plena da graça”: “Alegre-se, ó cheia de graça, o Senhor está contigo!”; “Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus” (Lc 1,28.30).


7. Palavra do Magistério eclesial

Leitor(a) 1: Dizem os bispos da América Latina e Caribe que “a máxima realização da existência cristã como um viver trinitário de “filhos no Filho” nos é dada na Virgem Maria que, através de sua fé (Cf. Lc 1,450 e obediência à vontade de Deus (Cf. Lc 1,38), assim como por sua constante meditação da Palavra e das ações de Jesus (Cf. Lc 2,19.51), é a discípula mais perfeita do Senhor. Interlocutora do Pai em seu projeto de enviar seu verbo ao mundo para a salvação humana, com sua fé, Maria chega a ser o primeiro membro da comunidade dos crentes em Cristo, e também se faz colaboradora no renascimento espiritual dos discípulos. Sua figura de mulher livre e forte, emerge do Evangelho conscientemente orientada para o verdadeiro seguimento de Cristo. Ela viveu completamente toda a peregrinação da fé como mãe de Cristo e depois dos discípulos, sem que fosse livrada da incompreensão e da busca constante do projeto do Pai. Alcançou, dessa forma, o fato de estar ao pé da cruz em uma comunhão profunda, para entrar plenamente no mistério da Aliança” (Documento de Aparecida, n. 266).


8. Para refletir: (Deixar espaço para partilhar; evitar que alguém domine a palavra)

Animador(a): a) Como vemos e vivemos a devoção a Virgem Maria em nossa Paróquia? b) Será a devoção mariana tem fortalecido a nossa espiritualidade cristã? c) Será que a exemplo de “Maria: uma mulher de Deus” também somos homens e mulheres de Deus?


9. Rezando com a Palavra de Deus (Gl 4,4-7)

Leitor(a) 2: “Quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho. Ele nasceu de uma mulher, submetido à Lei para resgatar aqueles que estavam submetidos à Lei, a fim de que fôssemos adotados como filhos”.

Leitor(a) 3: “A prova de que vocês são filhos é o fato de que Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho que clama: Abbáh (Pai)!”

Leitor(a) 1: “Portanto, você já não é escravo, mas filho, e se é filho, é também herdeiro por vontade de Deus”.

Leitor(a) 3: Glória ao Pai, e ao Filho, e ao Espírito Santo
Todos: Como era no princípio, agora e sempre. Amém!


10. Preces da comunidade

Animador(a): De coração sincero e cheio de fé, elevemos a Deus nossos pedidos, dizendo:
Todos: Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós!

· Para que a Igreja se faça sempre presente na vida do povo, rezemos:

· Para que a “família de Deus” viva sempre mais unida e fraterna, rezemos:

· Para que nossa devoção a Maria seja caminho de acolhida de Jesus, rezemos:

· Para que todos nós imitemos como alegria as virtudes de Maria, rezemos:

· Para que bispos, padres, diáconos, religiosos e religiosas, a exemplo da fidelidade de Jesus, sejam fiéis a própria vocação, rezemos:

(Deixar momento para outros pedidos)

Animador(a): Vamos agora concluir as nossas preces a Deus, com esta breve invocação: “Oh! Maria, Virgem Mãe Imaculada, Rainha do Carmelo, que fostes contemplada pelo profeta Elias na pequena nuvem que subia do mar, depois transformada em chuva inesgotável, derramai sobre toda a humanidade as graças de vosso Coração Imaculado e convertei os pecadores” (Ave-Maria..., Glória ao Pai..., Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós).


11. Oração final e bênção

Animador(a): Senhor nosso Deus e Pai, fazei que o nosso amor e devoção a Virgem Maria, sob o título de Nossa Senhora do Carmo, transforme a nossa vida pessoal e torne mais fraterna a convivência de todos os vossos filhos e filhas.
Todos: Amém!

Animador(a): O Senhor esteja convosco.
Todos: Ele está no meio de nós.

Animador(a): O Senhor nos abençoe e nos guarde! O Senhor nos mostre seu rosto brilhante e tenha piedade de nós! O Senhor nos mostre seu rosto e nos conceda a paz! (Nm 6,24-26).
Todos: Amém!

Animador(a): Por intercessão de “Maria, Mãe de Jesus”, abençoe-nos Deus todo-poderoso, Pai e Filho e Espírito Santo.
Todos: Amém!

Animador(a): Glorifiquemos ao Senhor com a nossa vida. Vamos em paz, e o Senhor e a Virgem Maria nos acompanhem.
Todos: Graças a Deus!


(Encerrar com um canto apropriado)

Obs.: Não se esqueça que amanhã será o segundo dia da Novena!

 
©2007 '' Por Elke di Barros